MENSAGEM DA SEMANA
Pr. MAURÍCIO DE SOUZA
09.02.2025
A graça – Parte Inicial
1 Rogo-vos, pois, irmãos, pelas misericórdias de Deus, que apresenteis o vosso corpo por sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional.
2 E não vos conformeis com este século, mas transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
(Romanos 12:1-2)
7 Não se iludam: Deus não se deixa enganar - toda a gente virá a ceifar aquilo que tiver semeado.
8 Os que semeiam atos que resultam só de desejos e ambições carnais e humanas, virão a colher a morte. Mas os que semeiam coisas do domínio do Espírito, receberão do Espírito a vida eterna.
9 Não nos cansemos então de fazer o bem, porque a seu tempo viremos a recolher muitas bênçãos, se formos perseverantes.
10 E assim, sempre que tenhamos oportunidade, pratiquemos o bem para com todos, mas primeiramente para com os que têm a mesma fé que nós.
(Gálatas 6:7-10)
A carta aos Romanos escrita pelo Apóstolo Paulo é considerada teologicamente, entre as cartas neotestamentárias, a mais importante. E a sua importância se encontra porque nela se vê explicado as questões centrais do evangelho: a lei, a graça, a misericórdia, a justificação pela fé e o pecado.
Paulo em sua explicação inspirada no Espírito de Deus, nos mostra na questão da justificação através da fé que, o fato de ter fé, simplesmente, na obra de Jesus Cristo não nos dá liberdade para continuarmos a pecar. Pois a graça, dom gratuito de Deus, só alcança aquele que abandonou as velhas práticas pecaminosas, ou seja, aquele que se arrependeu dos seus maus caminhos.
O arrependimento
Na introdução do capítulo 12 vemos uma mensagem imperativa na Palavra de Deus. “transformai-vos pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus”, ou seja, só se experimenta a vontade benéfica de Deus aqueles que já não possuem suas mentes conforme o mundo.
A Palavra vem com essa afirmação após o apóstolo Paulo já discorrer nos capítulos anteriores sobre a questão do pecado, da graça e da justificação pela fé. Assim, não se alcança a verdadeira mente de Cristo sem que antes se compreenda o que é e como age a graça de Deus na vida do pecador.
Em Efésios 2:8, o apóstolo Paulo afirma, “porque pela graça sois salvos, mediante a fé; e isto não vem de vós; é dom de Deus;” Então vem primeiro a fé para que a graça me alcance. Por isso Abraão foi primeiro justificado pela fé que teve em Deus, para depois ter na circuncisão a marca da aprovação de Deus.
E sua aprovação não foi pela obra de não ter negado o sacrifício de Isaque, porque ninguém é justificado pelas obras para que ninguém se glorie em si mesmo. () Mas são as nossas obras que denunciam a mente e a fé que temos. Jesus demonstra isso em Mateus 12:33-34 e Lucas 6:43-44 quando afirma: "Nenhuma árvore boa dá fruto ruim, tampouco uma árvore ruim dá fruto bom. Toda árvore é reconhecida pelo fruto que dá".
E a expressão "pelo fruto se conhece a árvore" pode ser interpretada como uma metáfora para a relação entre a qualidade das ações e fé, e o grau de adiantamento moral.
As nossas obras são o reflexo de quem nós somos e o que pensamos. Por isso a necessidade da mudança de comportamento para se obter a marca da aprovação. Mas a mudança de comportamento que gera frutos não vem pela fé, mas pelo arrependimento. Pois sem arrependimento a única coisa que nos vem é a morte. Por isso, Jesus afirma, “se, porém, não vos arrependerdes, todos igualmente perecereis.” (Lucas 13:1-5)
Dessa forma a fé, sem arrependimento que gera bons frutos, não se alcança a aprovação para receber a graça.
Uma mente enganada
Antes de o apóstolo Paulo encontrar-se com Jesus a caminho de Damasco, (Atos 9:1-19) Paulo que ainda se chamava Saulo, era famoso entre os judeus. Homem instruído, que falava vários idiomas, que conhecia as Escrituras como um mestre. Um verdadeiro judeu como se dizia na época.
E tudo o que Paulo fazia era, ao menos em seu pensamento, correto. Pois tudo o que ele fazia, fazia em defesa das coisas de Deus. Sendo tão diligente que até o assassinato em nome de Deus era válido. Tanto que seu encontro com Jesus se deu em meio a uma missão para prender e até matar se necessário os cristãos que estavam em Damasco.
Quando estamos com o pensamento alinhado com as ideias do mundo. Podemos até agir imaginando que estamos fazendo a vontade de Deus. Quando na realidade não é.
Agora imagine quanto aqueles que não se arrependeram dos seus pecados e não tem fé. O que não fazem e desejam.
Sobre isso a Palavra de Deus afirma:
18 A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça;
19 porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou.
20 Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;
21 porquanto, tendo conhecimento de Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças; antes, se tornaram nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato.
22 Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos
23 e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis.
24 Por isso, Deus entregou tais homens à imundícia, pelas concupiscências de seu próprio coração, para desonrarem o seu corpo entre si;
25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura em lugar do Criador [...]
28 E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem coisas inconvenientes,
29 cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores,
30 caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais,
31 insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia.
32 Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais coisas praticam, não somente as fazem, mas também aprovam os que assim procedem.
Experimentando a Deus através da renovação da mente
O arrependimento é o primeiro passo para que recebamos de Deus uma nova mente. Uma vez arrependidos e firmes na fé, então estamos aptos para receber a graça.
E receber a graça é receber a presença de Deus em sua vida. Se o selo de aprovação de Abraão foi a circuncisão na carne, agora, a graça é selada pela presença do Espírito Santo de Deus em nossas vidas. Pois só recebe o Espírito, aqueles que se arrependeram, tem fé e praticam a justiça. Por isso está escrito, o “justo viverá pela fé”.
A graça é a pessoa do Espírito Santo, Ele é o dom gratuito de Deus. É a sua presença na vida do homem que vivifica o homem para a vida eterna. (Romanos 8:8-11)
8 Portanto, os que estão na carne não podem agradar a Deus.
9 Vós, porém, não estais na carne, mas no Espírito, se, de fato, o Espírito de Deus habita em vós. E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele.
10 Se, porém, Cristo está em vós, o corpo, na verdade, está morto por causa do pecado, mas o espírito é vida, por causa da justiça.
11 Se habita em vós o Espírito daquele que ressuscitou a Jesus dentre os mortos, esse mesmo que ressuscitou a Cristo Jesus dentre os mortos vivificará também o vosso corpo mortal, por meio do seu Espírito, que em vós habita.
É o Espírito Santo de Deus em nós que compartilha conosco a natureza de Deus,() e nos permite experimentar qual seja a boa, perfeita e agradável vontade de Deus.
A transformação da mente de que Paulo fala não é um esforço humano que conhecer as profundezas da mente de Deus. Mas o arrependimento das obras más que permite que recebamos mediante a fé a graça, selada na presença de Espírito Santo.
Como o apóstolo Pedro diz em II Pedro 1:3-4
3 Visto como, pelo seu divino poder, nos têm sido doadas todas as coisas que conduzem à vida e à piedade, pelo conhecimento completo daquele que nos chamou para a sua própria glória e virtude,
4 pelas quais nos têm sido doadas as suas preciosas e mui grandes promessas (a promessa de que receberíamos o Seu Espírito), para que por elas vos torneis coparticipantes da natureza divina, livrando-vos da corrupção das paixões que há no mundo
Conclusão
Só experimenta ou só conhece a vontade benéfica de Deus aqueles que se arrependeram e mediante a fé alcançaram a graça.
Deus não se achega a quem vive nas trevas e pratica a injustiça, as obras mundanas da carne. Nem entra em novidade de vida ou tem a mente renovada quem tais coisas praticam.
Por isso estejamos sempre atentos a não esmorecer na fé, nem dar lugar ao diabo e suas obras.