
ESCOLA TORÁH
Batismo
Lição 01 - Batismo
Título: A queda do homem
“Pelo que, como por um homem entrou o pecado no mundo, e pelo pecado, a morte, assim também a morte passou a todos os homens, por isso que todos pecaram.” (Rm 5.12).
VERDADE PRÁTICA
Ao pecar contra Deus, o homem perdeu o completo domínio sobre a criação e tornou-se vulnerável à morte; em Cristo, porém, temos o Reino e a vida eterna.
LEITURA RECOMENDADA
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Segunda-feira – Gênesis 3 - A história da queda
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Terça-feira – 2 Coríntios 11.3 - A estratégia de Satanás
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Quarta-feira – 1 Timóteo 2.14 - Eva é enganada por Satanás
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Quinta-feira – João 8.44 - O diabo é o pai da mentira
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Sexta-feira – Romanos 5.12 - Adão, o responsável pela queda
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Sábado – Romanos 6.23 - A consequência da queda
INTERAÇÃO
INTRODUÇÃO
A narrativa do pecado de Adão e Eva, longe de ser uma parábola, foi um evento real, cuja literalidade não pode ser questionada, pois se acha referendada em toda a Bíblia. Inicialmente, examinaremos o livre-arbítrio e as suas implicações na experiência humana. Em seguida, averiguarmos a queda em si. E, depois, focaremos as consequências da rebelião adâmica. Trata-se, pois, de uma temática imprescindível ao estudo da doutrina do homem, conforme a encontramos na Bíblia Sagrada.
I. LIVRE-ARBÍTRIO DO SER HUMANO
1. O livre-arbítrio. É o dom que recebemos de Deus, através do qual podemos, desimpedidamente, escolher entre o bem e o mal (Dt 28.1; Js 24.15; 1 Rs 18.21; Hb 4.7). Sem o livre arbítrio, não seríamos o que hoje somos: seres autônomos, conscientes da própria existência e de nosso lugar no Universo criado por Deus.
2. A soberania divina. É o direito absoluto, irrestrito e inquestionável, que Deus possui sobre toda a sua criação (Êx 9.29; Dt 10.14; Sl 135.6). Portanto, o Senhor age como lhe aprouver. Em suas mãos, somos o barro; Ele, o soberano oleiro (Jr 18.6).
Não nos cabe questionar a soberania do Todo-Poderoso (Rm 9.20). Ele é Deus e Senhor! Não devemos, por outro lado, ver a soberania divina como algo despótico e tirânico, porquanto todas as ações de Deus são fundamentadas em seu amor, justiça e sabedoria. O que Ele faz agora só viremos a compreender mais à frente (Jo 13.7). Descansemos, pois, na vontade divina (Sl 37.5).
3. A responsabilidade humana. Entre o livre-arbítrio e a soberania divina encontra-se a nossa responsabilidade (Jr 35.13). Não resta dúvida de que Deus permite-nos o direito de obedecer-lhe ou nãos aos mandamentos (Dt 11.13). Todavia, Ele nos chamará, um dia, a prestar contas quanto às nossas escolhas (Ec 11.9; 12.14). O Juízo Final não é ficção; é a realidade que aguarda a espécie humana na consumação de todas as coisas (Ap 20.11-15).
SINOPSE DO TÓPICO (I)
Entre o livre arbítrio e a soberania divina encontra-se a nossa responsabilidade humana.
II. A QUEDA, UM EVENTO HISTÓRICO
A apostasia de Adão e Eva deu-se em consequência do conflito entre o livre-arbítrio humano e a soberania divina. Nesse episódio, houve a possibilidade da queda, a realidade da tentação e a historicidade da queda.
1. A possibilidade da queda. Em sua inquestionável soberania, Deus criou Adão e Eva livres, permitindo-lhes o direito de obedecê-lo ou não. Todavia, a ordem do Senhor, concernente à árvore da ciência do bem e do mal, era bastante clara (Gn 2.16,17). Se eles optassem por ignorá-la, teriam de arcar com as consequências de seu ato: a morte espiritual seguida da morte física.
2. A realidade da tentação. Ao ser tentada pela serpente, Eva deixou-se enganar pela velha e bem arquitetada mentira de Satanás – a possibilidade de o homem vir a ser um deus (Gn 3.1-6; 2 Co 11.3). No instante seguinte, Adão e Eva pecaram contra Deus (1 Tm 2.14). Tendo em vista a representatividade de Adão, foi ele responsabilizado pela entrada do pecado no mundo (Rm 5.12).
3. A historicidade da queda. A narrativa da queda do ser humano tem de ser acolhida de forma literal, pois o livro de Gênesis não é uma coleção de parábolas mitológicas, mas um relato histórico confiável (2 Co 11.3; Rm 15.4). Tratemos, com temor e tremor, a Bíblia Sagrada – a inspirada, inerrante, infalível e completa Palavra de Deus.
SINOPSE DO TÓPICO (II)
No episódio da Queda humana houve a possibilidade da queda, a realidade da tentação e a historicidade da queda.
III. AS CONSEQUÊNCIAS DA QUEDA DE ADÃO
Devido à sua rebelião contra o Senhor, a raça humana teve de arcar com pesados encargos: a consciência do pecado, a perda da comunhão com Deus, a transmissão do pecado às gerações subsequentes, a enfermidade da terra e, finalmente, a morte física.
1. A consciência do pecado. Ao tentar a mulher, a antiga serpente prometeu-lhe a onisciência divina, mas o que os nossos pais herdaram foi uma consciência pecaminosa geradora de obras mortas (Gn 3.1-6; Tt 1.15; Hb 9.14). O pecado leva-nos a perder o brilho do rosto e o vigor físico (Sl 31.10; Sl 32.3). Eis porque o homem precisa nascer da água e do Espírito (Jo 3.5).
2. A perda da comunhão com Deus. Em consequência de seu pecado, Adão e Eva foram expulsos da presença de Deus (Gn 3.23,24). De agora em diante, não poderiam mais viver no jardim do Éden, onde, diariamente, conversavam com o Senhor (Gn 3.8). Mas, apesar de haver ofendido a Deus, continuaram a ser alvo de seu imenso, eterno e infinito amor (Jo 3.16).
Desde a queda, o ser humano, para reatar a comunhão com Deus, tem de aproximar-se dele pela fé (Hb 11.6). Nesse retorno, não estamos sós. Jesus Cristo é o nosso medianeiro eficaz (Rm 5.1). Ele é o Verdadeiro Deus e o Verdadeiro Homem (1 Tm 2.5).
3. A hereditariedade do pecado. Sendo Adão o pai de toda a raça humana, o seu pecado acabou por alcançar a todos os homens (Rm 3.23; 5.12). Aquilo que chamamos de “pecado original” contaminou universalmente a humanidade. Até mesmo o recém-nascido já traz consigo essa semente (Sl 51.5). Embora a criança, na fase da inocência, não tenha a experiência do pecado, a iniquidade adâmica acha-se impregnada em seu interior, prestes a ser despertada. Somente em Cristo podemos vencer tanto o pecado original como o experimental (1 Jo 1.7).
4. A enfermidade da Terra. Por causa do pecado de Adão, até a própria Terra adoeceu. Expulso do Éden, Adão teria de trabalhar, com redobrado esforço, a fim de prover o seu sustento cotidiano (Gn 3.17). Desde então o nosso planeta vem sofrendo com fomes, tremores de terra e inundações (Mt 24.7). Em sua Epístola aos Romanos, o apóstolo Paulo descreve a Terra como que gemendo por causa das expectativas quanto às últimas coisas (Rm 8.22).
Mas, quando o Reino de Deus se manifestar, logo após a Grande Tribulação, o planeta será curado de todas as suas enfermidades (Is cap. 35)
5. A morte física. O homem não foi criado para experimentar a morte física. Nesse sentido, podemos dizer que fomos criados imortalizados; com a possibilidade de viver indefinidamente (Gn 2.17). Não somente a eternidade, mas de igual modo a imortalidade, achavam-se no ser humano.
A morte é a mais triste consequência do pecado (Rm 6.23). Todavia, a pior morte que alguém pode experimentar é a separação eterna de Deus; a segunda morte (Ap 2.11; 20.6). Quanto a nós, os que já recebemos Jesus Cristo como o nosso Senhor e Salvador, a morte não terá efeito, porque Ele é a ressurreição e a vida (Jo 11.25).
SINOPSE DO TÓPICO (III)
As consequências do pecado foram: a consciência do pecado, a perda da comunhão com Deus, a transmissão do pecado às gerações subsequentes, a enfermidade da terra e, finalmente, a morte física.
CONCLUSÃO
Dois fatos marcam a doutrina do homem nas Sagradas Escrituras: a criação e a queda. À primeira vista, o pecado de Adão trouxe graves consequências a Criação. No entanto, Deus jamais foi surpreendido por qualquer fato. Ele não é um ser reativo, nem vive de improvisos. Nenhum processo, quer nos Céus, quer na Terra, jamais o surpreendeu, porquanto Ele é o Ser Supremo por excelência. Ele é o que é: o Deus bendito eternamente.
E a fim de sanear o pecado do homem. Deus, em sua presciência, já havia separado o Imaculado Cordeiro, desde a fundação do mundo, para redimir-nos de todos os pecados (Ap 13.8), Jesus Cristo.
AUXÍLIO BIBLIOGRÁFICO
Subsídio Teológico
“Libertos do pecado e da culpa
O pecado de nossos primeiros pais teve diversas consequências. Eles entraram em estado de culpa. E não somente se tornam cônscios de seu ato e da separação de Deus na qual haviam incorrido, mas sabiam que estavam sujeitos à penalidade atrelada ao mandamento de Deus, em caso de desobediência. Alguns, atualmente, confundem sentimento de culpa com a própria culpa. São crentes que aceitaram o perdão outorgado por Cristo, mas ainda conservam restos de sentimento de culpa. O sentimento de culpa resulta de uma consciência maculada. A própria culpa é a responsabilidade legal pelo erro praticado aos olhos de Deus, o que incorre em penalidade”
APLICAÇÃO PESSOAL
Em Jesus Cristo, Deus perdoou todos os nossos pecados. Além do perdão libertou-nos do domínio do pecado, transportando-nos para o Reino de seu Filho. Uma vez em Cristo Jesus, não há mais culpa em nós e, muito menos, quem possa nos apontar.
Mas esses fatos não apagam de nossa memória nossos pecados, porém lembrar de nossos erros agora é apenas para termos consciência de quem nós éramos antes e, agora, quem somos em Cristo. Livres!
E é essa liberdade em Cristo que nos permite resistir às tentações e ao pecado, ter acesso ao Pai e sermos vitoriosos em Cristo.
BIBLIOGRAFIA SUGERIDA
RICHARDS, L. O. Comentário Histórico-Cultural do Novo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2007.
ZUCK, R. B. Teologia do Antigo Testamento. 1.ed., RJ: CPAD, 2009.
EXERCÍCIOS
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O que é livre-arbítrio?
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Há alguma incompatibilidade entre o livre-arbítrio e a soberania divina?
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O que está entre o livre-arbítrio e a soberania divina?
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Deus foi surpreendido pela queda do homem?
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O homem foi criado imortalizado. Discorra sobre o assunto.